quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Madrugada dos Mortos - ou como acabar com a felicidade dos heróis usando Zumbis! (parte 1)

  Antes tarde, que mais tarde. E justamente pela demora, temos muito o que contar. Então vou resumir o interstício das aventuras com a tão aclamada Linha do Tempo do Nandu e partir logo para a 2ª parte saga dos Lâminas de Prata: O Vilarejo Amaldiçoado.

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   A jornada começa  quando, finalmente, o Lorde Protetor da vila-cidade de Queda-Escarpada é noticiado de uma possível ameaça a Abrigo do Inverno. Como sua última determinação antes de sair em viagem "de Saúde", o Lorde Protetor e Capitão-Mor da Guarda, Faren Markelhay, ordena a seu Lugar-Tenente, o estrangeiro Peter McLeod que envie auxílio ao vilarejo vizinho e que assuma o comando interinamente. Sentindo-se ameaçado pela ascensão e popularidade do nosso querido Sargento-Fiscal Julius Fireseed, um homem de origem simples, filho de fazendeiros, que testemunhou a brutalidade da guerra desde jovem e fez sua carreira na Guarda pelo próprio esforço e dedicação (e também o homem que tem tanto Carisma você nunca odiará, mesmo que queira!), o nobre de nariz em pé McLeod decidiu resolver um problema pelo outro e, alegando que deveria haver uma proporcionalidade no destacamento das parcas forças da Guarda para ajudar Abrigo do Inverno, enviou o Sgt Julius SOZINHO para cumprir seu dever e avaliar a situação, a natureza e as necessidades do problema e quem sabe, com um pouco de sorte, sumir pelo caminho.

  Encontrando-se no início da viagem, Raven e Julius se perguntaram mutuamente o que diabos estaria fazendo um ser  viajando sozinho. Raven, agora despida de seu disfarçe de paladina e trajando vestes mais monásticas, parecia especialmente frágil para o militar, mesmo estando munida de uma arma deveras imprópria ao seu tamanho (nunca permita que seus jogadores assistam Coração Valente logo antes da criação de seus personagens). Mas esse engano compreensível teve vida curta, assim como os saqueadores reptilianos que cruzaram o caminho da dupla. No momento mais acirrado do combate a providencial e inesperada ajuda de uma Baforada Furtiva (tirada diretamente da Era dos Dragões Ladinos*) revelou a chegada do velho amigo dracônico.
  Felizes pelo reencontro, Barash foi apresentado ao Sgt Julius e teve de explicar o motivo de estar trajando uma armadura e um escudo. Revelando ter encontrado o "Caminho" enquanto buscava o fugitivo Tifuro, o draconato enviou sua armadura mágica para outro plano, literalmente (hora de morphar!) e revelou ter assumido o manto monástico e o tabardo do Dragão de Platina (que conseguiu através de um mini-curso relâmpago de paladinagem feito na Microlins D&D S.A.), e que havia saído de seu monastério para encontrar o pequeno goblin desvairado. Acreditando que ele poderia ter voltado a Abrigo do Inverno, e que Raven poderia precisar de ajuda, os três seguiram novamente rumo à vila e ao lar do bendito mago.

  Após muito se perder, o grupo acaba compelido a investigar uma ruína em meio à floresta, onde encontra "brigando consigo mesmo" ninguém menos que o feiticeiro de vestes negras, Nero. O jovem parecia estar lutando contra uma possessão demoníaca, e perdendo (vai ter azar no dado assim no inferno). Enquanto o grupo, sem o nobre Makió, entrava em pânico e desnorteado tentava, a todo custo, realizar um exorcismo de improviso. Julius, sem propriedade em assuntos religosos partiu pra a bronquice e imobilizou o tiefling, Raven teceu todas as preces que conhecia, e mais algumas, à sua deusa, e Barash, diante de sua primeira atuação como paladino, cogitou usar um Holy Strike para matar o capiroto de dentro do chifrudo! (o.O soou estranho) Por fim, falhamos desgraçagamente. Seja o que for que possuia o garoto, provavelmente seu próprio já falecido pai como soubemos posteriormente, o deixou em paz, mas ainda estava lá, de alguma forma. Nero nos acompanharia até que ele chegasse em casa perto de Abrigo do Inverno (segundo ele), ou que conseguissem tirar "aquilo" dele (segundo Barash).

  A viagem continuou, perigosa e longa, até a chegada à torre na qual, supusemos, o mago Theverius morava e, depois de sermos recepcionados por um ataque de gárgulas, e presenciarmos a inovadora manobra da "fuga de dois passos pra trás" que nosso feiticeiro agonizante realizou com êxito, mantendo-se sob o ataque das gárgulas e por pouco não resolvendo seu impasse com o paladino e perdendo do diabo do couro de vez (além do próprio couro). Entramos na torre para sermos premiados com uma Estátua de Bronze Viva e uma série de bestas automáticas... atirando nas nossas cabeças.

  Finalmente derrotado o maldito robozão, encontramos no salão do alto da torre o famigerado Theverius, que descobrimos que se tratava nada menos de um mago anão (O.o no meu tempo não podia isso) que se encontrava nú e catatônico, amarrado ao chão, no centro de um círculo mágico ornado por velas em candelabros e diante de um jovem arcano que não pareceu muito feliz pela intromissão, pois deu vida a pilhas de peças pelo salão e tratou de mandar fogo (mais literalmente do que eu gostaria) sobre nós. Foi o completo pânico! Barash conseguiu, em um feito de força mesmo para ele, virar uma das pesadas mesas de peças antes que houvesse tempo para mais constructos. Raven e Julius partiram para as máquinas já ativas e Nero iniciou um "tiroteio mágico" com o molecote psicótico.

  Raven deixou o Sgt para trás e partiu para o mago, quando percebeu que havia um enorme colosso metálico, totalmente desmontado, cujas partes do corpo pendiam sobre toda a sala, presas a cordas que estavam amarradas no entorno. Isto justamente no momento em que o mago, alcançado por ela e engajado corpo-a-corpo, foi forçado a teleportar-se para o alto de um mezainho, um "meio-segundo andar", mas a rusga foi o suficiente para derrubar uma das velas que, sobre o chão acarpetado, começou  alastrar fogo em velocidade assustadora. Julius, tendo derrubado seu inimigo partiu para acompanhar Raven enquanto Nero se posicionva e continuava a lançar o que podia sobre o inimigo e Barash partiu pra enfrentar o fogo, ledo engano acreditar que poderia apagar facilmente fogo mágico, as labaredas corria como ratos em fuga do navio naufragando, subindo por cortinas e alcançando livros e estantes, tudo alí iria queimar.


  Não parecia haver vitória, todos gritavam desesperados tentando planejar algo, restava pouco tempo antes do fogo tomar a sala. Raven havia sido interceptada nas escadarias pelo último constructo e ambos trancaram o caminho do Sgt Julius que, sem opções,  transformmou sua espada mágica** em azagaia e tentava atingir o maldito mago que se refestelava com as chamas. Mas seus gritos foram de pânico quando percebeu que o draconato, em fúria, quebrou as correntes do prisioneiro a machadadas e agora corria para fora com o anão nú sobre os ombros (merda, não acredito que eu contei isso). Aterrorizado com a possibilidade de perder o poder que roubaria de Theverius, o feiticeiro lancou sua bola de fogo sobre Barash e o mago.
  Providencialmente (mais um dos muitos erros que dão certo nos Lâminas) Nero havia tentado se posicionar mais próximo ao mago, mas acabou trancado pelo fogo, a meio caminho e sem ângulo de visão para o inimigo, mas perto o suficiente para ouvir as palavras-chave da magia e reconhecer que, ainda que Barash pudesse resistir, Theverius certamente pereceria. Em um impulso de reação preparou sua rajada mistica e ampliou seus sentidos, e assim que a bola de fogo se projetou do mezaninho por sobre sua cabeça ele se redimiu da trapalhada gargólica e calculou a distância, atingindo a magia a meio caminho e fazendo-a explodir em pleno ar. Barash não havia sentido alívio tão grande desde quando Tifuro finalmente desocupou o banheiro da taverna, na manhã posterior à volta da Fortaleza do Pendor das Sombras.

   Barash tirou o mago da sala bem a tempo de ver sair Nero, e Julius, mas a Vingadora tinha derrubado seu inimigo e estava frente a frente com o piromaníaco. Ela não partiria sem vê-lo sangrar, e, em um golpe certeiro, o jogou do mesaninho para as chamas abaixo na esperança de vê-lo queimar. Mas seu próprio fogo não podia ferí-lo. E agora as chamas selavam o salão e alcançaram as cordas que sustentavam as peças do colosso. uma a uma elas caíram nas proximidades do mago que corria entre as chamas despejando sua fúria arcana sobre a mulher que se esquivava pensando em uma solução. Restando apenas uma corda, e nenhuma saída, Raven usou sua fé e agilidade sobrenaturais e, cortando a última corda, agarrou-se a ela usou o impulso da peça que caía para se balançar até a porta, testemunhando o esmagamento de seu jurado de morte por um enorme braço de bronze, antes de cair (de PÉ!) derrubando  Barash, Theverius e Nero.


    Mas não havia tempo para descanso, todos saíram as pressas da torre e apenas pararam para respirar após tomarem alguma distância, enquanto viam as línguas de fogo pularem pelas janelas da torre, e ouviam o barulho de telhas estourando quebrar o silêncio da noite. Ao menos foi a primeira coisa a fazê-lo, pois antes que pudessem se considerar sobreviventes, um arfar de asas fez-se ouvir ruidoso, e uma grande sombra sobrevoou suas cabeças, com uma silhueta gerada apenas pela luz da lua cheia e da torre em chamas. Uma forma conhecida, e temida por todos sobre Toril.

Continua...

*Era dos Dragões Ladinos: O tempo em Toril é dividido em Eras, umas das quais assim se chama. Quando iniciados na história de Toril, nos perguntamos como seriam um dragão ladino... com suas 2 ton de furtividade ele chegaria por trás dos aventureiros e usaria uma Baforada Furtiva! Em alusão ao ataque furtivo dos ladinos.
** A Espada Mágica do Sgt Julius tem como propriedade se transformar em qualquer arma comum.